A prefeitura municipal de Manaus (PMM) inventou mais um modo de fazer com que a população use somente o serviço de transporte convencional, ou seja, que só os empresários da antiga 'TransManaus' sejam beneficiados com o reajuste da tarifa do transporte executivo. Indo contra a vontade dos próprios trabalhadores do sistema e da população que tenta fugir dos constrangimentos e da lotação excessiva nos convencionais.
O reajuste foi autorizado pelo prefeito da cidade, Amazonino Mendes, nesta última quinta-feira (24). Mesmo com o reajuste, os trabalhadores que atuam no sistema de transporte executivo não querem repassar o valor para os usuários, para que não haja queda de utilização dos microonibus que circulam em áreas de baixa renda.
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O transporte executivo foi criado no final do ano de 2006, com o intuito de amenizar o caos e o excesso de passageiros que o transporte convencional traz à população. Além de ser mais confortável, o transporte dispõe de serviço de ar-condicionado, poltronas confortáveis e reclináveis, insul-film e, em vários veículos podem ter rádio FM e assistir a vídeos em DVD.
A ideia da determinação, que foi criada com o decreto n° 292/09, diz que autoriza o reajuste com o valor 50% maior que o praticado pelo sistema de transporte convencional. Lembrando que este decreto foi sancionado na atual administração, sabendo de que o atual sistema não comporta um número maior de passageiros nos veículos.
>>Não agradou ninguém
O 'MANABUS' discutiu com motoristas e passageiros que utilizam o transporte executivo, e foi chagado a uma conclusão que, as determinações feitas pela prefeitura, visam beneficiar somente os empresários do precário sistema de transporte convencional, sendo como base nas restrições na lei do 'Passa-Fácil' estudantil (fazendo que os estudantes paguem a tarifa inteira), no atual reajuste que está em R$ 2,25, e agora, na obrigatoriedade do reajuste e na provável redução da frota aos executivos.
>>Executivos não irão reajustar
De acordo com as cooperativas que atuam no sistema de transporte executivo da cidade, eles resistem a determinação do prefeito, e não irão repassar o valor da tarifa reajustado à população, até que seja feita um novo edital com a regulamentação da frota à categoria.
A passagem do executivo continua, explicitamente, em R$ 2,50. Mas, segundo a diretora de transportes do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT), Edna Calvacante, se as empresas do transporte não reajustarem a tarifa nesta segunda-feira, será feita a aplicação das multas aos mesmos.
>>'Empresários estão por trás das determinações'
"Tudo está deixando claro que os empresários do atual sistema estão por trás das restrições que só os beneficiam. As novas regras que a prefeitura de Manaus está aplicando à população estão deixando que somente o transporte convencional pode atuar, competir, e fazer o 'bem-querer' aos passageiros que utilizam.
A história não deve seguir assim. O IMTT deveria usar a mesma rigidez que apresenta aos trabalhores do transporte executivo nas empresas de ônibus que não cumprem horários, deixam os veículos mal conservados e acima de tudo, a aquelas que recolhem seus veículos no meio das viagens para economizar diesel."
>>Trabalhadores do IMTT estão revoltados com atual diretoria
Depois do episódio que o prefeito Amazonino Mendes fez ao declarar que recebem 'bola' (propina) e de citar que são incompetentes, os servidores do IMTT ficaram revoltados com a administração do instituto.
Com informações baseadas nos servidores do IMTT, eles poderão, se quiser, não aplicarem as multas aos veículos executivos que não reajustarem a tarifa, como forma de demonstrarem a insatisfação com a atual diretoria do órgão.
Reportagem especial, publicado por Jerry Araújo.
Foto: Divulgação/Fiscais do IMTU
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